sábado, 25 de agosto de 2012

AFETIVIDADE COMO SAÚDE MENTAL



Nesta quinta-feira (23/08) fui em uma palestra em Piracicaba-SP na prefeitura, com o Dr. Ivan Capelatto, um grande Psicólogo com uma bagagem enorme de conhecimento em crianças e adolescentes.
Vou comentar um pouco sobre o que foi discutido na palestra.

Capelatto, faz uma referência sobre a frustração de hoje com antigamente no século XVIII, com as crianças da forma que se vestiam, no século anterior, as crianças se vestiam como adultos e eram tratadas e cuidadas como reis, embora tendo uma educação muito rígida, com muitos limites, as moças se casam cedo e os homens iam para trabalho, cuidar dos negócios da família. Nesta época havia respeito e educação, mesmo com os limites exagerados. Diferente da modernidade que vivemos, em que não tem mais respeito pelos próximos e nem por familiares, que são a nossa base. As crianças e os adolescentes de hoje tem uma tolerância muito baixa a frustração, vemos na televisão exemplos de namorado que matou a namorada porque ela quis terminar o relacionamento, às vezes nem de muito tempo, vemos também como citou Capelatto, adolescentes que se matam por não conseguir ouvir um NÃO ou porque foi privado de algo que queria muito e os pais barraram.
Mas a família também não tem tido evolução, muitos pais estressam porque o filho começa a chorar de madrugada enquanto recem nascido ou porque o filho faz uma birra quando é pedido algo. Temos muitos exemplos de pais que batem em filhos nessas situações e até mesmo pais que acabam matando o filho.

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 Amigdala = Forma-se aos 45 dias fetal, serve como uma proteção para o ser humano. A ansiedade, motivação e o medo, nos protege. Essa é a função da amigdala cerebral. Quando nascemos a amigdala está funcionando por inteira, corretamente. Toda vez que for estimulada a maneira que será exposta é através da raiva. Quando uma criança saudável é exposta a alguma ansiedade, alguma privação, algum estimulo de frustração vai gerar Raiva.

Ex1: Uma criança de 3 anos que está brincando em algum lugar e a mãe/pai vai tirar a criança para tomar banho, a criança saudável vai fazer birra, chorar, esperniar, xingar... mas vai tomar banho, com raiva porque gerou ansiedade. Para os pais, eles vão entender isso como um problema que a criança tem. Através da raiva que vai gerar, acabam descontando na criança, xingando-a, batendo-a, mal tratando, punindo-a.





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Ex2: Lesão na amigdala - (porque teve algum lesão, algo que prejudicou a formação da amigdala) Uma criança que é chamada para tomar banho e aceita tudo de primeiro, sem questionar, sem brigar. Chama para "tomar banho - vamos mamãe", "vamos comer filha - vamos mamãe", "vamos dormir - vamos mamãe" Tem uma depressão aí. Embora os pais achem isso maravilhoso porque é comportado, não faz escandâlo, não briga, não esperneia, todo mundo elogia "nossa como seu filho é calminho, não chora e é comportado, que gracinha de criança" 


Ex3: Uma adolescente que sempre lava copo depois, que é comportadinha, que não briga enquanto a irmã é um inferno de comportamento! está sempre criticando, brigando, desrespeitando, mas tem comportamento também ajustados para a idade. A irmã comportadinha que todos elogiam - depressão - suícidio, enquanto a famíla não percebe.

Tudo em excesso é prejudicial.

AFETO: Dinãmica descoberta por Freud - pulsão de vida e pulsão de morte.

Amor e o medo de perder que vai durar para o resto da vida.

Ex: Uma adolescente acorda de manhã e tem uma prova da qual não estou nada (portanto ela está com MEDO se ela está com medo ela está com RAIVA) e começa a tomar o seu café da manhã e a mãe já cedo diz para filha toda brava "não vai falar bom dia para sua mãe, não" a filha desesperada com a prova diz "falar bom dia porque?" e as duas começam a discutir já cedo - em razão do medo da adolescente que está com a prova que não estudou e a mãe por não entender os motivos da filha, o restante da família estão dormindo ou alguém acorda e tenta intervir também é punido verbalmente pela mãe. 

Ex: Aqueles dias em que os filhos estão super entendendo um com o outro, não estão brigando e a mãe estranha toda aquela situação e acha que algo de ruim vai acontecer, afinal está tudo diferente dos dias anteriores. A mãe solta sem querer, dizendo sobre a nota ruim do filho em tal disciplina para o marido e começa toda aquela briga. AFETO (medo de perder - raiva)


 A base da afetividade é o medo de perder, calculamos o quanto o nosso pai, namorado(a), etc, nos amamos pela quantia do medo de perder. Seja através de palavras ou corporal.

O contrário de afeto é a indiferença e as crianças, adolescentes vão buscar isso na escola, então às vezes aqueles alunos que estão bagunçando, fazendo lição de forma errada podem estar na indiferença e muito dos professores acabam não percebendo o que está aconecendo e sempre mandam para diretoria com suspensão.

A ansiedade, o medo gera a raiva - que também vai gerar a ANGÚSTIA = É UMA EMOÇÃO IMPORTANTE QUE TODO SENTEM, AQUELA SENSAÇÃO DE VÁZIO - FIM DE ALGO. 

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Ex: Final do dia, hora de ir dormir, domingo a noite, festa de aniversário (cantar parabéns final da festa).

Ex: Está acabando o dia a noite, está chegando a hora de dormir e a mãe chama o filho de 3, 4 anos (criança saudável) para escovar o dente para dormir, ai o filho fala "ja vou" e a mãe chama de novo brava. A criança vai para o banheiro mas com resistência, chegando perto do banheiro, ele fala pra mãe que tem que uma lição da escola que esqueceu de fazer. (FIM DE ALGO - ENCERRAR O DIA) ae a mãe vai ficar com RAIVA (por não entender a angústia do filho).

Ex: Em uma festa de aniversário de crianças entre 4 a 10 anos, vem aquela mulher dizendo que é hora de cortar o bolo (FIM DE ALGO - FESTA) e essa situação geralmente acontece bem no auge em que as crianças estão brincando. As crianças saudáveis todas correm para o lado oposto do bolo, para não cantarem parabéns e aquelas mães ficam loucas tendo que buscar o filho que começa a dar trabalho.

Ex: Domingo de noite terminando Fantástico, a pessoa começa a arrumar gavetas, arrumar a casa, assitir um filme que sabe que  não vai terminar de assistir. (ANGÚSTIA DO FINAL DE SEMANA - TER QUE TRABALHAR OUTRO DIA).


A angútia nos dá 2 direções:

1 - FALA (temos que falar sobre essa angústia, colocar para fora - sempre acabam procurando alguém em quem confiam, se sentem confortáveis para colocar para fora o que está sentindo).

Ex: Filho que chegam em casa irritado, liga o som alto, bate porta e ae o pai vai ver o que está acontecendo (AFETO - medo/ansiedade = raiva) o filho vai xingar o pai, mandar embora, ser agressivo, mas o pai vai permanecer lá sentado do lado dele em silêncio e depois o filho vai FALAR qual é a sua angústia.

2 - ATRAVÉS DE SUBSTÂNCIAS LÍCITAS OU ILÍCITAS

- Lícitas: medicações como calmantes, ansiolíticos, etc.

- Ilícitas: drogas

Ex: Pessoas que saem do serviço e vão para happy hour e acabam bebendo exageradamente, efeito disso depois é que a angústia vai passar e a pessoa fica feliz.

Ex: Vai na casa do amigo e usa maconha, que tem efeitos que agem no SNC (sistema nervoso central) causando relaxamento, tirando a angústia no momento do efeito da droga.

Muitos casos de pessoas bêbadas, é porque não conseguem colocar para fora a angústia, seja para esposa(o), pais, amigos...

Para entender a angústia, terá a agressão que o medo de perder algo. 

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A virtualidade também tira a Angústia, porque na virtualidade não há fim, no facebook, jogos, não há fim. Adolescentes estão passando horas na frente do computador em frente das redes sociais, devemos parar  para pensar: Porque isto está ocorrendo? O que está faltando? O que precisa ser melhorado?
                                  
Qual problema maior na virtualidade: Tem que ter limite no uso, ter começo e fim, para não se tornar dependente, aqueles que se mantém preso na virtualidade de forma excessiva, não conseguem desenvolver afetividade, convívio social.

A virtualidae em excesso vai provocar uma cisão psicótica,que é a perda da noção da realidade. Tudo que o nosso cérebro vê, ele recolhe e trata como realidade, quem faz a separação do que é real e do que não é, nosso psiquísmo.

Quem fica no computador, video game, amizade virtual começa a parar de ter o domínio do controle do psiquísmo sobre o cerébro. Não distinguindo realidade de fantasia. Temos hoje a despersonalização = corte do psiquísmo com o corpo.

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Não é sinal de saúde se ajustar a uma sociedade doente.

Não é porque a sociedade admite adolescentes bebendo exageradamente em festas de menores de idade, que os pais tem que concordar com isso e permitirem que seus filhos co-particiem dessa sociedade doente. Assim como outros exemplos que vemos muito por aí.

                                           http://w.gasperi.blog.uol.com.br/images/sociedade-doente.jpg

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