domingo, 18 de dezembro de 2011

Autismo

Segundo Kanner em 1943 existe um consenso em torno do entendimento de que o que caracteriza o autismo são aspectos observáveis que indicam déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.

Para o tratamento podemos pensar:

  • A gravidade do autismo oscila bastante, porque as causas, não sendo as mesmas, podem produzir significativas diferenças individuais no quadro clínico. Desta forma, o tratamento e o prognóstico variam de caso a caso.

  • Os indivíduos com autismo têm uma expectativa de longevidade normal. 

  • O transtorno autista é permanente, até o presente momento, não tem cura.

  • O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento.

  • Um tratamento adequado é baseado na consideração das co-morbidades para a realização de atendimento apropriado em função das características particulares do indivíduo.

  1. A terapêutica pressupõe uma equipe multi- e interdisciplinar – tratamento médico (pediatria, neurologia, psiquiatria e odontologia) e tratamento não-médico (psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e orientação familiar), profissionalizante e inclusão social, uma vez que a intervenção apropriada resulta em considerável melhora no prognóstico.
  2. A base da terapêutica presume o envolvimento da família.
  3. A farmacoterapia continua sendo componente importante em um programa de tratamento, porém nem todos indivíduos necessitarão utilizar medicamento.
  4. Não existe medicação e nem tratamento específicos para o transtorno autista.
  5. O sucesso do tratamento depende exclusivamente do empenho e qualificação dos profissionais que se dedicam ao atendimento destes indivíduos.
  6. A demora no processo de diagnóstico e aceitação é prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente na evolução da criança.
  7. Os atendimentos precoces e intensivos podem fazer uma diferença importante no prognóstico do autismo.
  8. O quadro de autismo não é estático, alguns sintomas modificam-se, outros podem amenizar-se e vir a desaparecer, porém outras características poderão surgir com a evolução do indivíduo. Portanto se aconselham avaliações sistemáticas e periódicas.
  9. É fundamental o investimento no SER HUMANO com autismo, toda a intervenção produzirá benefícios significativos e duradouros.
  10. Nunca deixe de acreditar no potencial do indivíduo com autismo.
 Os métodos de intervenção mais conhecidos e mais utilizados para promover o desenvolvido da pessoa com autismo e que possuem comprovação científica de eficácia são:

  • TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handcapped Children) é um programa estruturado que combina diferentes materiais visuais para organizar o ambiente físico através de rotinas e sistemas de trabalho, de forma a tornar o ambiente mais compreensível, esse método visa a independência e ao aprendizado.

  • PECS (Picture Exchange Communication System) é um método que se utiliza figuras e adesivos para facilitar  a comunicação e compreensão ao estabelecer uma associação entre a atividade/símbolo .

  • ABA (Applied Behavior Analysis) ou seja, analise comportamental aplicada que se embasa na aplicação dos princípios fundamentais da teoria do aprendizado baseado no condicionamento operante e reforçadores para incrementar comportamentos socialmente significativos, reduzir comportamentos indesejáveis  e desenvolver habilidades.

  • Medicações: O uso medicamento deve ser prescrito pelo médico, e é indicado quando existe alguma comorbidade neurológica e/ou psiquiátrica e quando os sintomas interferem no cotidiano.Mas vale ressaltar que até o momento  não existe uma medicação específica para o tratamento de autismo. É importante o médico informar sobre o que se espera da medicação, qual o prazo esperado para que se perceba os efeitos, bem como os possíveis efeitos colaterais.
Existem diversas escalas de avaliações de autismo segue abaixo algumas delas:

ADI-R
ADI-R é a sigla para Autism Diagnostic Interview-Revised ou Entrevista Diagnóstica para o Autismo Revisada. Trata-se de uma entrevista diagnóstica semi-estruturada concebida para ser aplicada no principal cuidador da criança com hipótese de transtorno global do desenvolvimento (TGD). Tem o objetivo de fornecer uma avaliação ao longo da vida de uma série de comportamentos relevantes para o diagnóstico diferencial de TGD em indivíduos a partir dos 5 anos até o início da idade adulta e com idade mental a partir dos 2 anos de idade. A ADI-R é composta por cinco seções: perguntas introdutórias; questões sobre comunicação (inicial e atual); sobre desenvolvimento social e o brincar (novamente inicial e atual); investigação sobre comportamentos repetitivos e restritos (todos pontuados, tanto para os atuais como para os que sempre aconteceram), e um número reduzido de questões relativas a problemas de comportamento em geral.

CARS
CARS é a sigla para Childhood Autism Rating Scale ou Escala de Avaliação do Autismo na Infância. Trata-se de uma escala com 15 itens que auxiliam o diagnóstico e identificação de crianças com autismo, além de ser sensível na distinção entre o autismo e outros atrasos no desenvolvimento. A sua importância é baseada na capacidade de diferenciar o grau de comprometimento do autismo entre leve, moderado e severo

ABC OU ICA
O Autism Behavior Checklist (ABC) é uma lista contendo 57 comportamentos atípicos (Krug et al., 1980). No Brasil, a lista foi traduzida, adaptada e pré-validada com o nome de Inventário de Comportamentos Autísticos (ICA) (Marteleto & Pedromônico, 2005). A lista foi concebida para a triagem inicial de crianças suspeitas de ter TGD e foi padronizado, por meio das observações dos professores das crianças. Alguns estudos utilizaram o questionário em forma de entrevista com os pais e cuidadores. O objetivo do ABC/ICA é ajudar no diagnóstico diferencial das crianças suspeitas de ter TGD e encaminhá-las a tratamentos interventivos adequados.

ASQ OU SCQ
O Social Communication Questionnaire (SCQ) ou Questionário de Comunicação Social, anteriormente chamado de Autism Screening Questionnaire (ASQ) ou Questionário de Rastreio do Autismo, foi desenvolvido por Rutter e Lord, é uma seleção de 40 perguntas respondidas pela principal cuidador de crianças a partir de 4 anos

Entre outros mais escalas de avaliações, que podem ser melhor lidas no seguinte site: http://www.ama.org.br/site/pt/escalas.html

Qual a probabilidade de ter autista na família:

Os estudos genéticos indicam um elevado risco de recorrência do transtorno autismo na mesma família de 2% a 13,8%, o qual chega a ser 200 vezes superior ao risco da população em geral.
De acordo com estudos com famílias, o risco de autismo é maior entre os irmãos de indivíduos com o transtorno, dos quais 2 a 5% também apresentam a condição. Este risco é 50 a 100 vezes maior ao da população em geral.
O risco de que estes irmãos tenham filhos com autismo é desconhecido, mas parece lógico que esta probabilidade também seja maior a da população em geral.
Investigações científicas demonstram haver risco de várias alterações relacionadas ao desenvolvimento entre os familiares dos indivíduos com autismo, principalmente doenças de origem psiquiátrica, neurológica e genética, entre elas: transtornos relacionados a substâncias, transtornos do humor (afetivos), transtornos de ansiedade, transtornos de personalidade, transtornos de conduta, transtornos da comunicação, transtornos de aprendizagem, esquizofrenia, retardo mental e epilepsia.


Alguns comportamentos de autistas:





Estava atualizando a minha rede no LinkeDin e um dos grupos que eu sigo de Psicologia Clinica, encontrei esse video da turma da mônica explicando algum dos comportamentos do autista e achei bem legal, segue abaixo:



 Muitas das informações que estão nessa postagem sobre autismo foram tiradas dos sites abaixo, pois quando fui pesquisar algumas coisas para escrever achei tudo muito completo não tinha nem como alterar por isso acabei copiando muitas coisas de lá, os sites constam com mais assuntos como palestras e grupos bem interessantes para quem tiver interesse em estar aprofundando mais no assunto.


http://www.ama.org.br/site/


http://www.autismo.com.br/principal.php